Em Portugal, raramente se utilizava o termo a que atualmente denominamos “tinto"
Alguns vinhos eram exportados para o norte da Europa devido à fama das suas boas qualidades, outros eram produzidos e reconhecidos localmente a par dos importados tanto para a mesa das casas senhoriais como para o consumo das tabernas de Lisboa.
De uma forma geral, e durante toda a Idade Média, os vinhos brancos eram bem mais valorizados que os vinhos vermelhos. A partir do século XVI, alguns vermelhos eram, no entanto, importados e conhecidos no país através das suas zonas de origem devidamente reconhecidas como o bermejo da Andaluzia, o vermell da Catalunha, o vermeille francês e o vermiglio italiano.
Casos há em que, quando o termo é utilizado, se trataria de uma produção de vinho branco tingido pela adição de vinho feito de curtimenta tinto para uma clientela que, provavelmente, desejaria usufruir de uma cor mais carregada no vinho, porque os vermelhos de outrora teriam, regra geral, a cor dos palhetes ou rosados de atualmente.
Excerto da Obra: Crespo, H. (2018), À Mesa do Príncipe. Jantar e Cear na Corte de Lisboa (1500-1700). Lisboa: Norprint-Casa do Livro
Vinhos palhetes, os sobreviventes da época
Elaborado em várias regiões, o vinho palhete é um vinho tinto obtido da curtimenta parcial de uvas tintas ou da curtimenta conjunta de uvas tintas e brancas, não podendo as uvas brancas ultrapassar 15% do total.
Descubra a tradição e saboreie a essência de um legado que tem ganho uma segunda vida.
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