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Explicações Técnicas Despretensiosas: Taninos e Adstringência

Taninos! Adstringência! Se gosta de vinho, vai querer saber!

O copo na medida certa aproxima-se da boca. Antes já apreciamos a cor e o aroma. E finalmente, num misto de prazer antecipado e de elevada expectativa, levamos o copo à boca que verte o vinho na boca, alastrando-se por todos os cantos da boca.

Após o vinho fluir garganta abaixo, a boca fica seca, a garganta idem, as gengivas e a língua contraem-se. Quase em simultâneo, por qualquer mecanismo instintivo, fazemos a língua rolar pelas laterais da boca, em reação aos taninos do vinho. Afinal de contas, é a adstringência a manifestar-se.


Mas o que é a adstringência? E os taninos?

Servem para quê? Qual a razão desta sensação acontecer só quando se bebe vinho tinto e não ao beber vinhos brancos?


Os taninos são parte de um conjunto de compostos chamados compostos fenólicos. A película do bago é muito rica nestes compostos. Os taninos existem, também, no engaço e numa fina película que reveste as grainhas.



A quantidade em taninos difere de casta para casta. Algumas têm mais do que outras. Na vinificação, a decisão pode ser a de extrair mais ou menos taninos.

Do ponto de vista da qualidade, os taninos diferem se a uva estiver mais ou menos madura. A uva menos madura pode produzir um vinho de carácter mais herbáceo e amargo. Uva mais madura, a sensação será mais aveludada e polida.


Ao beber um vinho tinto sentimos os taninos, devido a estes vinhos serem vinificados com as películas das uvas, das quais se extraem, então, os taninos, durante a fermentação, e através das operações de maceração.


wine cellar old style

Da madeira também se extraem taninos, ao longo do estágio do vinho nas barricas novas de carvalho. De uma barrica com mais uso, obtém-se menos taninos para o vinho.


outstanding photograph of a wine being served to a glass directly from a barrel


Os vinhos brancos

Os vinhos brancos, são mais pobres em taninos devido ao menor contato com as películas. Contudo, com o surgir dos vinhos brancos submetidos à maceração pelicular, ou “Orange”, a adstringência nestes, irá sentir-se com mais intensidade.

Haverá mais taninos nos vinhos concebidos para durarem mais tempo, do que nos vinhos pensados para o consumo imediato.


white grapes ready to be crushed in an ancient wine making technique

Como conservantes, os taninos permitem que os bons vinhos envelheçam, por vezes ao longo de décadas. Com o passar do tempo, os taninos amaciam, assim como a textura do vinho que fica mais suave e polido.


Os taninos são relevantes na constituição do vinho, importantes na estrutura, a quantidade e forma influenciam a textura global dos vinhos.

O tanino manifesta-se, através de uma sensação táctil. A adstringência. Os taninos ao combinar e ao coagular com as proteínas da saliva, levam-na a perder as suas propriedades lubrificantes. Surge aquela impressão de secura e rugosidade, no lugar da humidade natural quando passamos a língua no palato, nas gengivas, nos dentes e nos lábios.


Dá lugar a uma sensação de resistência, um atrito, como se a língua se tivesse tornado encortiçada, como se a boca estivesse ressecada e contraída, a língua e as gengivas já não se tocam suavemente. É isto a adstringência. Os taninos são o ingrediente e a adstringência a sensação!

Como perceber as diferenças?

Primeiro exercício

Um exercício simples para comparar quantidade é o de contrastar dois vinhos de castas que apresentam níveis de taninos diferentes.


Segundo exercício

Agora para avaliar o nível de qualidade dos taninos, é o de comparar vinhos de um mesmo produtor com posicionamento diferenciado. Um para beber mais jovem, outro pensado para longa vida.


E entāo, fica mais claro o que é a adstringência e os taninos e para quê servem?



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