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Dez perguntas a Nuno Martins Silva.

Com um percurso em Viticultura e Enologia, Nuno Martins Silva é um jovem enólogo que tem deixado a sua marca em muitos projetos. Desde a Quinta do Rol na Lourinhã, ao lançamento da Monte Bluna em Arruda dos Vinhos, como consultor na Baías e Enseadas em Sintra / Colares, todos na região vitivinícola de Lisboa.


O Nuno estende os seus talentos á Casa Trévidic em Setúbal e Palácio Condes Anadia no Dão. Ainda consegue levar por diante o seu projeto Visceral Wines.

A paixão e intensidade como vive o vinho são a sua imagem de marca.


Portuguese winemaker Nuno Martins Silva

Conheça-o mais um pouco ao Nuno nestas 10 perguntas.

1. Alguma vez encontraste inspiração para um vinho num sonho?

Várias vezes. A construção de um vinho é para mim um processo lento, moroso, contínuo e também visceral. Em sonhos encontrei matrizes conceptuais, mas sobretudo respostas e tomadas de decisão para dúvidas com as quais me debati.

 

2. Como enólogo, qual é a relação entre o vinho, a arte e a tecnologia?

Arte é criação e expressão, logo o vinho é indubitavelmente uma forma de arte. A tecnologia e a sua utilização, tanto em doses espartanas ou significativas, são o vector, a nossa tinta e pincel, o escopro e o martelo.


3. Qual foi o enólogo que mais te influenciou?

Julgo que a pergunta exige que responda com um só nome. João Corrêa, o meu mentor. Foi ele que erigiu as minhas fundações e alicerces enquanto enólogo. 


4. Há algum vinho em particular que gostarias de ter feito?

Sim. Vou escolher um vinho português. Buçaco Reservado Branco


5. Os escritores sofrem de bloqueio de escritor. Os enólogos também sofrem de bloqueio de enólogo?

Acontece - me frequentemente. Mas ao contrário de um livro, que por ser estático pode aguardar pelo desbloqueio criativo, o vinho enquanto organismo vivo e por isso dinâmico, força o desbloqueio, a tomada da decisão.

 

6. Para além da tua equipa, quem é a primeira pessoa com quem partilhas um lote acabado?

Em primeiro lugar com o Produtor. Gosto de cultivar uma relação de proximidade, que o Produtor participe e se identifique com o vinho, até porque o vinho é seu. 


7. Se pudesse dar um conselho ao teu eu de 20 anos, o que dirias?

Sê paciente. Roma e Pavia não se fizeram num dia.


8. Qual foi o último vinho que o fez dizer Wow!!!!?

O Champanhe Jacques Lassaigne Millesime Brut Nature Blanc de Blancs 2008.


9. Qual é a tua coisa favorita no mundo do vinho?

Tentar estabelecer relações "causa efeito", de forma a aprofundar o conhecimento e a compreensão sobre a forma como a mudança de uma variável pode afectar a sensível e complexa equação que é o vinho.


10. Como definirias o teu estilo pessoal?

Alicerçado tanto no conhecimento empírico, como também no racional, focado na qualidade e com ênfase no local. Gosto de ferramentas minimalistas, sem mimetismos e das arestas próprias de cada sítio. O vinho deve sempre espelhar o local de onde provém a uva.


portuguese winemaker Nuno Martins Silva

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